A educação e o seu investimento heteronormativo curricular
DOI :
https://doi.org/10.14295/momento.v27i3.8348Mots-clés :
Feminismo Lésbico, Escolas, Currículos.Résumé
Há quem defenda que a sexualidade e o gênero não se configuram nos currículos escolares e que estas categorias não orientam as prioridades da escola. Essa afirmação nos revela duas situações iniciais: o desconhecimento das relações e práticas pedagógicas cotidianas das escolas e o conceito enrijecido de gênero e sexualidade. Historicamente, as práticas educativas, mesmo quando não-verbalizadas, preocuparam-se em estabelecer, por meio de seus discursos e práticas curriculares, determinados modelos de mulheres e homens. Ao considerar este cenário, neste ensaio, balizado pelas contribuições feministas e foucaultianas, interessa-nos refletir sobre a pedagogização de gênero e da sexualidade por meio dos currículos escolares. Partimos do pressuposto que a sexualidade e o gênero não são desinteressantes às instituições de ensino, mas produzidos com caráter fortemente heteronormativo.Téléchargements
Références
AUAD, D. Educar meninas e meninos: relações de gênero na escola. São Paulo: Contexto, 2006.
BENTO, B. Na escola se aprende que a diferença faz a diferença. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 19, n. 2. 2011, p. 549- 559.
BUJES, M. I. E. Infância e maquinarias. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
BUTLER, J. Cuerpos que importan: Sobre los limites materiales y discursivos del “sexo”. 2 ed. Buenos Aires: Paidós, 2008 [1993].
____. Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003 [1990].
CAETANO, M. Performatividades Reguladas: heteronormatividade, narrativas biográficas e educação. Curitiba: Appris, 2016.
CARIA, Perspectiva sociológica sobre o conceito de educação e a diversidade das pedagogias. In: Sociologia – Problemas e Práticas, n.º 12, pp. 171-184, 1992.
CASTRO, E. Vocabulário de Foucault: um percurso pelos seus temas, conceitos e autores. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.
FOUCAULT, M. El poder psiquiátrico. Vol. 245. Cidade: Ediciones AKAL, 2005.
_______. A ética do cuidado de si como prática da liberdade. In: Ditos e Escritos V. Ética, sexualidade e política, por Michel Foucault. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004. P. 264-287.
_____. Verdade e Subjetividade. In: Revista de Comunicação e Linguagens. Lisboa: Edições Cosmos, nº 19, dez, 1993, p. 203-223.
____. História da sexualidade I: a vontade de saber. 8 ed. Rio de Janeiro: Graal, 1985 [1976].
____. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 39 ed. Petrópolis, RJ: Vozes. 2011 [1975].
FURLANI, J. Mulheres só fazem amor com homens? A educação sexual e os relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo. Revista Proposições: Santa Catarina, v.19, n.2(56), p. 111 - 131, maio/ago. 2008.
LAURETIS, T. A tecnologia de gênero. In: HOLLANDA, H. (Org.). Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994. p. 206-242.
_____. Sujetos excéntricos. La teoría feminista y la conciencia histórica. In. Diferencias: etapas de un camino a través del feminismo. Madrid, Horas y horas. Cuadernos inacabados, n.35, 2000.
LOURO, G. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. Petrópolis: Vozes, 1997.
____. Pedagogias da sexualidade. LOURO, G. L.(org.), O Corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 1999. p. 07-34.
MOGROVEJO, Norma Aquise. Teoria lésbica, participación política y literatura. Ciudad de México: Universidad de la Ciudad de México, 2004.
____. Um amor que se atrevió a decirsunombre: La lucha de las lesbianas y surelación com los movimentos homosexual y feminista em América Latina. México: Plaza y Valdes, 2000.
MORENO, M. Como se ensina a ser menina: o sexismo na escola. São Paulo: Moderna; Campinas: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1999. (Educação em Pauta; escola e democracia).
PRECIADO, B. Manifesto contra-sexual: prácticas subversivas de identidad sexual. Madrid: Pensamiento Opera Prima, 2002.
____. Quem defende a criança queer?. Texto traduzido por Fernanda Nogueira e originalmente publicado sob o título “Qui défend l’enfant queer?” em: http://www.liberation.fr/societe/2013/01/14/qui-defend-l-enfant-queer_873947. 2013. Disponível em: <http://espacosqueer.blogspot.com.br/p/inscricoes.html> Acesso em: 11 Out 2013.
PISCITELLI, Adriana. Recriando a (categoria) mulher? In: ALGRANTI, L. (Org.). A prática feminista e o conceito de gênero. Textos Didáticos, n. 48. Campinas: IFCH/Unicamp, 2002, p. 7-42.
RODRÍGUEZ Magda. El feminismo francés de la diferencia. AMORÓS, Celia. In Historia de la teoría feminista. Madrid- ES: Instituto de Investigaciones Feministas de la Universidad Complutense de Madrid/Consejería de Presidencia, Dirección General de la Mujer, 1994a.
SABAT, R. Filmes infantis e a produção performativa da heterossexualidade. Tese (Doutorado em Educação). Porto Alegre: PPGEDU/UFRGS, 2003.
SALIH, S. Judith Butler e a Teoria Queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.
SCAVONE, L. O feminismo e Michel Foucault: afinidades eletivas?. In: SCAVONE, L.; ALVAREZ, M. C.; MISKOLCI, R. (Orgs.). O legado de Foucault. São Paulo: EDUNESP/FAPESP, 2006. p. 81-99.
SPARGO, T. Foucault e a Teoria Queer. Rio de Janeiro: Pazulin; Juiz de Fora: Editora UFJF, 2006.
SWAIN, T. N. A desconstrução das evidências: perspectivas feministas e foucaultianas. In: SCAVONE, L.; ALVAREZ, M. C.; MISKOLCI, R. (Orgs.). O legado de Foucault. São Paulo: EDUNESP/FAPESP, 2006. p. 119-137.
VEIGA-NETO, A. Foucault & a educação. 3 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.
Téléchargements
Fichiers supplémentaires
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
À Revista Momento − Diálogos em Educação, ficam reservados os direitos autorais, de todos os artigos nela publicados.