Um Abaporu, a feiúra e o currículo: pesquisando os cotidianos nas conversas complicadas em uma escola pública do Rio de Janeiro
Palabras clave:
Trabalho docente. Narrativas. Estudos do cotidiano. Currículos como conversas complicadas.Resumen
Neste artigo, partindo indiciariamente da narrativa de uma professora sobre o presente trazido pelo mau estudante Jorge discutimos a cartografia do pensamento abissal e o papel do feio no sentido de refletir sobre a importância da ecologia das diferenças em práticas curriculares que se identificam com a luta processual e cotidiana pela justiça cognitiva. Nesse sentido e no contexto da crise paradigmática corrente, como pesquisadores e professores que pensam o cotidiano como criação permanente, sugerimos que o currículo pode ser entendido como uma conversa complicada e ecológica potencializando a desvisibilização de situações de valorização da diferença. Concluímos que as políticas de unificação curriculares são abissalizadoras do trabalho docente e do aprendizado dos estudantes e sufocam as diferenças nas conversas de sala de aula e, sobretudo, que as narrativas, conversas e práticas curriculares baseadas na ecologia e justiça cognitivas permitem a desconstrução de hierarquias, exclusões e invisibilidades.Descargas
Citas
AGAMBEN, G. O Mistério do Mal. !a ed. Sao Paulo, Boitempo; Florianopolis, SC, EdUFSC, 2015. Trad. Silvana de Gaspari e Patricia Peterle. 78 p.
ALVES, N. Decifrando o pergaminho – o cotidiano na escola nas lógicas das redes cotidiana In: OLIVEIRA, I. B.; ALVES, N. Pesquisa no/do cotidiano das escolas, sobre redes de saberes. Rio de Janeiro: DP&A, 2001. p. 15 - 38.
ALVES, N. Artefatos tecnológicos relacionados à imagem e ao som na expressão da cultura de afro-brasileiros e seu “uso” em processos curriculares de formação de professoras na Educação Superior: o caso do Curso de Pedagogia da UERJ/Campus Maracanã. Projeto incorporado ao PROCIÊNCIA, agosto de 2005.
BECKER, H. F. Whose side are we on? [De que lado nós estamos?] LA: University of California Press, 1967. 276 p.
BUTLER, J. Relatar a si mesmo. Critica da violência ética. Belo Horizonte, Ed Autêntica, 2015. Trad. Rogerio Betoni. 198 p.
CAETANO, M. Movimentos curriculares e a construção da heteronormatividade. In: RODRIGUES, A. E BARRETO, M. (org) Currículos, gêneros e sexualidades: experiências misturadas e compartilhadas. Vitoria, UFES, 2012. 291 p.
ECO, U. História da Feiura. Rio de Janeiro, Record, 2007. Trad. Eliana Aguiar. 453 p.
CERTEAU, M. de. A invenção do cotidiano 1: As artes de fazer. Trad: Ephraim Ferreira Alves. Rio de Janeiro: Vozes, 1994. 316 p.
GEERTZ, C. Uma nova luz sobre Antropologia. Petrópolis: Zahar, 2001. Trad. Vera Ribeiro. 247 p.
GINZBURG, C. Mitos, Emblemas e Sinais. São Paulo: Cia Letras, 1989. Trad. Frederico Caroti. 281 p.
______. O queijo e os vermes. São Paulo, Cia Letras, 2006. 1a ed. 1987. Trad. Maria Betânia Amoroso. 255 p.
LARROSA, J. Escritos sobre experiência. Belo Horizonte: Autêntica, 2015. Trad. Cristina Antunes, João Wanderley Geraldi. 148 p.
OLIVEIRA, I. B. Boaventura e a Educação, Belo Horizonte, Ed Autêntica, 2006.
PINAR, W. F. What is curriculum theory? [O que é teoria do currículo?] New Jersey: Lawrence Erlbaum, 2012. 274 p.
______. The method of currere. [O método do currere] Manuscrito. AAACS, DC, 1975.
______. A equivocada educação do publico nos Estados Unidos, In: GARCIA, R. L. e MOREIRA, A. F. B. (orgs) Currículo na Contemporaneidade: incertezas e desafios. São Paulo: Cortez, 2008.
RODRIGUES, DALLAPICULA e BARRETO Expressão de sujeitos e efeitos de poder nas marcas culturais e nas politicas da vida. In: RODRIGUES, A. E BARRETO, M. (org) Currículos, gêneros e sexualidades: experiências misturadas e compartilhadas. Vitoria, UFES, 2012. 291 p.
SANTOS, B.S. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. São Paulo: CEBRAP, 2007.
______. (Org.). Conhecimento prudente para uma vida decente: um discurso sobre as ciências revisitado. São Paulo: Cortez, 2004. 821 p.
______. Reconhecer para libertar: os caminhos do cosmopolitismo multicultural. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
______. A crítica da razão indolente: contra do desperdício da experiência. São Paulo: Cortez, 2001. 415 p.
______.; MENESES, M. P. (Orgs). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010. 637 p.
SILVA, Rodrigo Torquato da . Escola-Favela e Favela-Escola: esse menino não tem jeito. 1. ed. Petrópolis: De Petrus et Alii, 2012. v. 1. 208p.
SÜSSEKIND, M. L. Teatro de ações: arqueologia dos estudos nosdoscom os cotidianos. Relatos das práticas pedagógicas emancipatórias nas escolas. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ, Rio de Janeiro, 2007. 235 p.
______. Quem é William F. Pinar? Petrópolis: de Petrus Et Alli, 2014a.
______. As (im)possibilidades de uma Base Comum Nacional. Revista e-Curriculum (PUCSP), v. 13, p. 1-0000, 2014b.
______. As artes de pesquisar nosdoscom os cotidianos. In: OLIVEIRA, I. B. de; GARCIA, A. (Orgs.). Aventuras de conhecimento: utopias vivenciadas nas pesquisas em educação. Rio de Janeiro: De Petrus/Faperj, 2014c, v. 1. p. 101-118.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
À Revista Momento − Diálogos em Educação, ficam reservados os direitos autorais, de todos os artigos nela publicados.