UNIVERSIDADESCOLA E AS DISPUTAS NO CONTEXTO DA PANDEMIA
movimentos desviantes e currículos de copresença
DOI:
https://doi.org/10.14295/momento.v30i02.13207Resumo
O presente texto se insurge a partir do olhar teórico decolonial na perspectiva de problematizar os enunciados reformistas de controle e responsabilização, estimulados por setores empresariais e governamentais conservadores que, atualmente, têm investido na legitimação de políticas de ensino e pesquisa de simplificação e unilateralidade dos currículos e práticas docentes nas escolas e nas universidades brasileiras. Escrito sob a égide do imprevisível e do emergencial que a pandemia de Covid-19 tem provocado, buscamos, em contrapartida, a partir de uma análise de discursos concernentes a um contexto de ensino e pesquisa universitários, fazer uso desses mesmos sentidos de incerteza e urgência pandêmicas para trazer uma defesa dos sentidos plurais das universidadescolas. Para tanto, localizamos movimentos pós-abissais, na perspectiva de produzir giros e deslocamentos epistêmicos no que diz respeito ao pensar ensino e pesquisa por meio de um currículo e de uma docência desviantes, em que os conhecimentos e vivências ausentes ou distanciados por modos de pensamentos coloniais se instituam nesse cenário pandêmico (e no porvir pós-pandêmico), em movimentos de resistência e criação por uma copresença no campo epistemológico e em defesa dos currículos como territórios plurais de aprenderensinar das universidadescolas como aparelhos públicos e do público.
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