A problemática socioambiental no quadro sintomático das patologias da modernidade
uma leitura habermasiana plausível ao ensino
DOI:
https://doi.org/10.14295/ambeduc.v28i1.15191Keywords:
Crise da modernidade; Teoria do agir comunicativo; Sistemas e mundo da vida; Sociedade e natureza; Ensino.Abstract
The socio-environmental problem in the symptomatic framework of the pathologies of modernity: a habermasian reading plausible for teaching
Neste ensaio buscamos situar os problemas socioambientais no quadro sintomático das patologias da modernidade, abordada por Habermas na Teoria do Agir Comunicativo. Em Habermas, a sociedade é pensada na integração entre mundo da vida e sistema, conceitos que se constituem pontos centrais de sua teoria. Consideramos que os domínios da ação instrumental, próprios dos mecanismos sistêmicos (“dinheiro” e “poder”), ampliaram-se inapropriadamente, atingindo os campos do mundo vivido e promovendo a colonização sistêmica. Nesse processo, os espaços da ação comunicativa são assimilados pela ação instrumental, favorecendo o surgimento das patologias nas sociedades capitalistas, entre elas temos as questões socioambientais. A teoria social de Habermas nos permite compreender a crise ambiental e suas consequências, ao ponderar sobre razão instrumental, sistema, mundo da vida e colonização sistêmica.
Downloads
References
ANTUNES, Jeferson; NASCIMENTO, Verônica Salgueiro do; QUEIROZ, Zuleide Fernandes de. Narrativa crítica acerca do desenvolvimento sustentável: quais relações podemos estabelecer? Revista Eletrônica Mestrado em Educação Ambiental, Rio Grande, v. 34, n. 2, p. 57-75, 2017. Disponível em: https://periodicos.furg.br/remea/article/view/6930. Acesso em: 20 set. 2022.
ARAGÃO, Lúcia Maria de Carvalho. Razão comunicativa e teoria social crítica em Jürgen Habermas. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1992.
BARCELLOS, Gilsa Helena. A crise ambiental e a mercantilização da natureza. In: HISSA, Cássio Eduardo Viana. Saberes Ambientais: desafios para o conhecimento disciplinar. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 2008, p. 109-124.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Decreto 10.833, de 7 de outubro de 2021, Diário Oficial da União. Brasília, 2021. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/decreto-n-10.833-de-7-de-outubro-de-2021-351524955. Acesso em: 12 de out. 2022.
BRESSIANI, Nathalie. Entre sistema e mundo da vida teoria social e diagnóstico de patologias sociais em Jürgen Habermas. In: PINZANI, Alessandro; SCHMIDT, Rainer. Um pensamento interdisciplinar: ensaios sobre Habermas. Florianópolis: Nefiponline, 2016, p. 13-43. Virtual Book. Disponível em: http://www.nefipo.ufsc.br/files/2012/11/Habermas4.pdf. Acesso em: 10 out. 2022.
BOLZAN, José. Habermas e a educação: uma contribuição crítica à formação científica. 2010. 182 f. Tese. Doutorado em Educação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2010.
CARVALHO, Renan Oliveira de. Modernidade e Racionalização: entre a tragédia do esclarecimento e a esperança no agir comunicativo. Revista Sociologias Plurais, Curitiba, v. 7, n. 1, p. 215-232, 2021. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/sclplr/article/view/79171/42960>. Acesso em: 10 out. 2022.
CAVALCANTE, Alberto Rocha. Projeto da Modernidade em Habermas. Londrina: Editora UEL, 2001.
CAVALCANTI, Clóvis. Concepções da economia ecológica: suas relações com a economia dominante e a economia ambiental. Estudos Avançados, São Paulo, v. 24, n. 68, p. 53-67, 2010. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/ea/a/vTMxPYD5vKCJ4fj7c5Q9RbN/?lang=pt>. Acesso em: 12 nov. 2022.
CARSON, Rachel. Primavera Silenciosa. São Paulo: Gaia. 2010.
DIAS, Vaudenir Pereira; GOMES, Paulo César. Contribuições da Educação Ambiental Crítica para compreender a Crise Ambiental. REnCiMa, São Paulo, v. 13, n. 2, p. 1-26, 2022. Disponível em: https://revistapos.cruzeirodosul.edu.br/index.php/rencima/article/view/3385. Acesso em: 20 jan. 2023.
FREITAG, Barbara. Dialogando com Jürgen Habermas. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2005.
FREITAS, Carlos Machado de. Um equilíbrio delicado: crise ambiental e a saúde do planeta. Rio de Janeiro: Garamond, 2011.
GOMES, Luiz Roberto. Educação e Comunicação em Habermas: o entendimento como mecanismo de coordenação da ação pedagógica. Cadernos de Educação, Pelotas, v. 33, p. 231-250, 2009. Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/caduc/article/view/1659. Acesso em: 12 ago. 2022.
GUIMARÃES, Mauro. Armadilha paradigmática na educação ambiental. In: LOUREIRO, Carlos Frederico; LAYRARGUES, Philippe Pomier; CASTRO, Ronaldo Souza de. Pensamento complexo, dialética e educação ambiental. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2011. p. 15-29.
HABERMAS, Jürgen. Técnica e Ciência com ''Ideologia''. Trad. Felipe Gonçalves Silva. São Paulo: UNESP, 2014.
HABERMAS, Jürgen. Teoria do Agir Comunicativo 1: racionalidade da ação e racionalização social. Tradução: Flávio Beno Siebeneichler. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012a.
HABERMAS, Jürgen. Teoria do Agir Comunicativo 2: sobre a crítica da razão funcionalista. Tradução: Flávio Beno Siebeneichler. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012b.
KOMINEK, Andréa; BASTOS, João Augusto; GÁRCIA, Nilson. As bases para a construção de uma ação comunicativa no ensino de física. Opición, Maracaibo, Año 17, n. 34, p. 22-43, 2001. Disponível em: https://produccioncientificaluz.org/index.php/opcion/article/view/6212. Acesso em: 18 dez. 2022.
LAMIM-GUEDES, Valdir. Crise ambiental, sustentabilidade e questões socioambientais. Ciência em Tela, Rio de Janeiro. v. 6, n. 2, p. 1-9, 2013. Disponível em: http://www.cienciaemtela.nutes.ufrj.br/artigos/0602es01.pdf. Acesso em: 18 nov. 2022.
LAYRARGUES, Philippe Pomier. Muito além da natureza: educação ambiental e reprodução social. In: LOUREIRO, Carlos Frederico; LAYRARGUES, Philippe Pomier; CASTRO, Ronaldo Souza de. Pensamento complexo, dialética e educação ambiental. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2011. p. 72-103.
LEFF, Enrique. Saber Ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. 6 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
LIMA, José Rodolfo Tenório; LIMA, Clóvis Ricardo Montenegro de. A inclusão da sustentabilidade ambiental nas organizações: um olhar habermasiano sobre a relação sistema e mundo da vida. Organizações e Sustentabilidade, Londrina, v. 4, n. 1, p. 142-174, 2016. Disponível em: < https://www.uel.br/revistas/uel/index.php/ros/article/view/26831
>. Acesso em: 24 de jan. 2022.
MARQUES, Luiz. Capitalismo e colapso ambiental. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2018.
MARTINE, George; ALVES, José Eustáquio Diniz. Economia, sociedade e meio ambiente no século 21: tripé ou trilema da sustentabilidade? Revista Brasileira de Estudos Populacionais. Rio de Janeiro, v.32, n.3, p.433-460, 2015. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbepop/a/pXt5ZtxqShgBKDJVTDjfWRn/?lang=pt&format=pdf>. Acesso em: 15 out. 2022.
MORIN, E. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 20 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.
MÜHL, Eldon Henrique. Habermas e a Educação: ação pedagógica como agir comunicativo. Passo Fundo: UPP, 2003.
MÜHL, Eldon Henrique. Violência, racionalidade instrumental e a perspectiva educacional comunicativa. Cadernos de Educação – UFPel, Pelotas, v. 33, p. 251-274. 2009. Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/caduc/article/view/1660. Acesso em: 20 out. 2022.
NABAES, Thais de Oliveira; PEREIRA, Vilmar Alves Pereira. Ontologia ambiental: o reposicionamento do ser no horizonte da racionalidade ambiental. Educar em Revista, Curitiba, n. 61, p. 189-204, 2016. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/er/a/MCh5wxf5xgyKvLtwQJdv8yD/?lang=pt&format=pdf>. Acesso em: 12 fev. 2022.
OLIVEIRA, Leandro Dias de. Os “Limites do Crescimento” 40 anos depois: das “Profecias do Apocalipse Ambiental” ao “Futuro Comum Ecologicamente Sustentável”. Revista Continentes, Seropédica, Rio de Janeiro, ano 1, n. 1, p 72-96, 2012. Disponível em: < https://www.revistacontinentes.com.br/index.php/continentes/article/view/8>. Acesso em: 11 de fev. 2022.
PENA FILHO, Pio. Reflexões sobre o Brasil e os desafios Pan-Amazônicos. Revista Brasileira de Política Internacional, Brasília, n. 56, v. 2, p. 94-111. 2013. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/rbpi/a/Sn48BCnQ93KzGgbFsPnp5fn/?format=pdf&lang=pt>. Acesso em: 15 jan. 2022.
PEREIRA, Alexandre Macedo ; FIGUEIREDO Iohanna Maria de Assis Estevam Lucena; SILVA, Andrei Rufino da. Os pressupostos históricos da Educação Ambiental e a crise ambiental atual. Ambiente & Educação: Revista de Educação Ambiental, Rio Grande/RS, v. 27, n. 2, p. 1–29, 2022. Disponível em: https://periodicos.furg.br/ambeduc/article/view/14095/9957. Acesso em: 1 fev. 2023.
PEREIRA, Vilmar Alves; EICHENBERGER, Jacqueline Carrilho; CLARO, Lisiane Costa. A crise nos fundamentos da Educação Ambiental: motivações para um pensamento pós-metafísico. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, Rio Grande, v. 32, n.2, p. 177-205, 2015. Disponível em: < https://www.seer.furg.br/index.php/remea/article/view/5538>. Acesso em: 18 de dez. 2020.
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. A globalização da natureza e a natureza da globalização. 8ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018a.
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. Os (Des)caminhos do Meio Ambiente. 15 ed. São Paulo: Contexto, 2018b.
SANTOS, Aldeci dos. Análise da percepção ambiental e sua contribuição para preservação dos manguezais. REnCiMa, São Paulo, v. 11, n. 3, p. 56-68, 2020. Disponível em: < https://revistapos.cruzeirodosul.edu.br/index.php/rencima/article/view/1747>. Acesso em: 4 de dez. 2022.
SANTOS, Antônio Carlos dos; SANTOS-FILHO, Agripino Alexandre. Modernidade e crise ambiental. Dissertatio, Pelotas, n. 46, p. 78- 92, 2017. Disponível em: < https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/dissertatio/article/view/10463>. Acesso em: 05 nov. 2022.
SANTOS FILHO, Agripino Alexandre dos. Crise ambiental e Habermas: um enfoque sistêmico. 2011. 172 f. Dissertação. Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente. Universidade Federal de Sergipe. São Cristovão, Sergipe, 2011.
SANTOS, Maria Eduarda Vaz. Desafios pedagógicos para o século XXI: suas raízes em força de mudanças de natureza científica, tecnológica e social. Livros Horizonte: Lisboa, 1999.
SILVA, João Ricardo Neves da; CARVALHO, Lizete Maria Orquiza. Contribuições das concepções de Jürgen Habermas para a construção de um dispositivo de análise das interações linguísticas voltado à pesquisa em ensino de ciências. Alexandria, Florianópolis, v. 10, n. 2, p. 239-258, 2017. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/alexandria/article/view/1982-5153.2017v10n2p239>. Acesso em: 6 de dez. 2022.
SILVA, Maria das Graças da. Práticas educativas no campo socioambiental: estratégia dialógica entre escola e universidade no contexto amazônico. Tempos e Espaços em Educação, São Cristovão, Sergipe, v. 12, n. 28, p. 217-234, 2019. Disponível em: < https://seer.ufs.br/index.php/revtee/article/view/10394>. Acesso em: 10 de jul. 2022.
SOUZA, Jessé. Patologias da modernidade: um diálogo entre Habermas e Weber. São Paulo: Annablume, 1997.
VASCONCELOS, Elizandra Rêgo de; CONCEIÇÃO, Luiz Carlos Silva; FREITAS, Nadia Magalhães da Silva. Ideias sobre desenvolvimento sustentável: a educação científica e o enfoque CTS, articulações possíveis. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, Florianópolis, v. 28, p. 205-224, 2012. Disponível em: < https://periodicos.furg.br/remea/issue/view/377>. Acesso em: 21 nov. 2022.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2023 Ivone dos Santos Siqueira, Elinete Oliveira Raposo, Nadia Magalhães da Silva Freitas
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os (as) autores(as) que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos: Os (as) autores(as) mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações (CC BY-NC-ND 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Os (as) autores(as) têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista. Os (as) autores(as) têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) em qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.