“Mulher pesca sim!” Desigualdade, invisibilidade e conflitos socioambientais em contextos lagunares no Rio Grande do Sul

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/remea.v37i3.11006

Palavras-chave:

Pescadoras Embarcadas, Saberes, Educação Ambiental

Resumo

Este artigo objetiva apresentar algumas reflexões a partir de uma pesquisa etnográfica junto a pescadoras artesanais embarcadas da Lagoa Mirim e do estuário da Lagoa dos Patos considerando as experiências concretas que apontam um contexto de invisibilidade, exclusão e conflitos socioambientais. A estrutura do artigo apresenta inicialmente como o tema da pesca, a partir das categorias de análises Gênero e Mulher tem se desenvolvido tanto pela academia quanto pelo Estado brasileiro, seguindo na análise das invisibilidades, desigualdades e os conflitos socioambientais experienciados por essas trabalhadoras. Por fim, fazemos uma reflexão sobre as possibilidades da Educação Ambiental, enquanto modos de aprender e se relacionar no ambiente a partir das vivencias das pescadoras, configurando um contexto de interlocução com diferentes saberes e práticas compartilhadas por grupos que vivem e habitam o ambiente lagunar costeiro.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Liza Bilhalva Martins da Silva, Fundação Universidade do Rio Grande - FURG

Doutoranda junto ao Programa de Pós Graduação em Educação Ambiental da Universidade Federal de Rio Grande - FURG. Mestra em Antropologia - Área de Concentração em Antropologia Social e Cultural pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Pelotas (2014). Possui graduação Antropologia - Linha de Formação em Antropologia Social e Cultural pela Universidade Federal de Pelotas (2014) e em Direito pela Universidade Católica de Pelotas (1998). Desenvolve pesquisas em antropologia, educação ambiental, pesca artesanal, mulheres e trabalho, populações costeiras e saberes tradicionais, relações humanos e não-humanos, cultura e patrimônio, buscando perspectivas de aproximação entre antropologia, educação, ambiente e comunidades. Pesquisadora colaboradora do NECO - Núcleo de Estudos sobre Populações Costeiras e Saberes Tradicionais (FURG) e membro do Laboratório Interdisciplinar de Estudos Feministas (LEF) da UFPel.

Gianpaolo Knoller Adomilli, Fundação Universidade do Rio Grande - FURG

Possui bacharelado em Ciências Sociais (2001) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, mestrado (2003) e doutorado (2007) em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Atualmente é professor da Universidade Federal do Rio Grande - FURG, atuando no Instituto de Ciências Humanas e da Informação - ICHI - e no Programa de Pós Graduação em Educação Ambiental - PPGEA. Coordena o Núcleo de Estudos sobre Populações Costeiras e Saberes Tradicionais - NECO/FURG (Diretório dos Grupos de Pesquisa CNPq). Tem experiência na área de Antropologia Social/Cultural, com ênfase em estudos sobre populações pesqueiras, dedicando-se aos seguintes temas: etnografia, conflitos socioambientais, saberes tradicionais, territorialidade

Referências

ACSELRAD; Henri, Ambientalização das lutas sociais – o caso do movimento por justiça ambiental. Estudos Avançados. 24 (68), 2010.

ADOMILLI, Gianpaolo Knoller. Terra e Mar, do viver e do trabalhar na pesca marítima: tempo, espaço e ambiente junto a pescadores de São Jose do Norte – RS. Tese [Doutorado]. Porto Alegre: UFRGS 2007.

BACHELARD, Gaston. A dialética da duração. 2ª ed. São Paulo: Ática, 1994.

BECK, Anamaria. Lavradores e pescadores: um estudo sobre otrabalho familiar e trabalho acessório. Florianópolis: UFSC, 1979.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues.O que é educação.19.ed. São Paulo: Brasiliense, 1989

DIEGUES, Antonio Carlos. Pescadores, sitiantes e trabalhadores domar. Tese [Doutorado]. São Paulo: USP, 1979.

ESCOBAR, Arturo. Territorios de diferencia: laontología política de losderechos al territorio. Cuadernos de Antropología Social 41: 25-38, 2015.

FLEURY, Lorena C; BARBOSA, Rômulo Soares; SANT’ANA JÚNIOR, Horácio Antunes de. Sociologia dos conflitos ambientais: desafios epistemológicos, avanços e perspectivas. Revista Brasileira de Sociologia . Vol. 05, No. 11. Set/Dez/2017.

FREIRE. Paulo. Pedagogia do Oprimido. , 13.ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1983.

GERBER, Rose Mary. As Mulheres e o Mar. Pescadoras embarcadas no litoral de Santa Catarina, sul do Brasil. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2015.

GIDDENS, Anthony. 1995, Sociologia. 2. ed. Madrid: Alianza Editorial.

HELLEBRANDT, Luceni Medeiros. Mulheres da Z3 – o camarão que “come” as mãos e outras lutas: contribuições para o campo de estudos sobre gênero e pesca. 2017. 173 f. Tese (Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas), Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2017.

INGOLD, Tim. Educação da atenção. Educação, Porto Alegre, v. 33, n. 1, p. 6-25, jan./abr.2010.

LEFF, Enrique. Saber Ambiental : sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Petrópolis, RJ : Vozes, 2001.

LOPES, José Sérgio Leite. Sobre processos de "ambientalização" dos conflitos e sobre dilemas da participação. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre , v. 12, n. 25, p. 31-64, Jun. 2006.

LOUREIRO, Frederico Carlos, Educação Ambiental e Epistemologia Crítica, Rev. Eletrônica Mestrado em Educação Ambiental - REMEA. E-ISSN 1517-1256, v. 32, n.2, p.159-176, jul./dez. 2015.

MANESCHY, Maria Cristina. A mulher está se afastando da pesca? Continuidade no papel da mulher na manutenção doméstica entre famílias de pescadores no litoral do Pará. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, série Antropologia, Belém, v. 11, n. 2, p. 145-166, 1995.

MOTTA-MAUÉS, Maria Angélica. Trabalhadeiras e Camarados: umestudo sobre o status das mulheres numa comunidade de pescadores.Dissertação [Mestrado]. Brasília: UnB, 1977.

PIEDRAS, Sérgio Renato N., et al. Caracterização da atividade pesqueira na Lagoa Mirim, Rio Grande do Sul, R. Bras. Agrociência, Pelotas, v.18 n. 2-4, p.107-116 ,abr-jun, 2012.

REIGOTA, Marcos. O que é educação ambiental. Ed. Brasiliense, 63 p, 1994.

SAUVE, Lucie. Uma cartografia das correntes em Educação Ambiental. In: SATO, Michele.; CARVALHO, Isabel (Orgs.). Educação Ambiental - pesquisas e desafios. Porto Alegre: Artmed, 2005.

SCHAVELZON, Salvador. Antropología del Estado, su lugar, algunas problemáticas.

Antropología y Ciencias Sociales. Colegio de Graduados de La República Argentina,

SCHWOCHOW, Rosane & ZANBONI, Ademilson. O estuário da Lagoa dos Patos: um exemplo para o ensino de ecologia no nível médio. Cadernos de EcologiaAquática 2 (2):13-27, ago - dez 2007.

SOUZA, Suelen; MARTINEZ, Silvia & GANTO, Marcelo.Mulheres pescadoras: uma análise das produções bibliográficas acerca das relaçoes de gênero no universo da pesca artesanal. Seminário Internacional Fazendo Gênero 11. Disponivel em http://www.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/1499480529_ARQUIVO_MULHERESPESCADORASUMAANALISEDASPRODUCOESBIBLIOGRAFICASACERCADASRELACOESDEGENERONOUNIVERSODAPESCAARTESANAL.pdf.

Acesso em: 10 fev.2020.

STEIL, Carlos Alberto & CARVALHO, Isabel. Epistemologias ecológicas: Delimitando um conceito. Mana 20 (1): 163-183, 2014.

WOORTMANN, Ellen. Da Complementaridade à Dependência: Espaço, Tempo e Gênero em Comunidades ‘Pesqueiras, Revista Brasileira de Ciências Sociais, 18, 41-61, 1991

ZHOURI, Andrea; LASCHEFSKI, Klemens. (orgs). Desenvolvimento e conflitos ambientais. 1. ed. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2010.

Downloads

Publicado

2020-08-21

Como Citar

Martins da Silva, L. B., & Adomilli, G. K. (2020). “Mulher pesca sim!” Desigualdade, invisibilidade e conflitos socioambientais em contextos lagunares no Rio Grande do Sul. REMEA - Revista Eletrônica Do Mestrado Em Educação Ambiental, 37(3), 379–399. https://doi.org/10.14295/remea.v37i3.11006

Edição

Seção

Seção Especial: XI EDEA - Encontro e Diálogos com a Educação Ambiental (FIM)