“Como da família": Meninas pobres e racializadas no trabalho doméstico e a reinvenção da escravidão no curso do século XX
DOI :
https://doi.org/10.14295/rbhcs.v15i31.16009Mots-clés :
Trabalho doméstico, Criança e adolescente, racismoRésumé
Cet article se concentre sur les pratiques de sujétion imposées aux enfants pauvres et racialisés par le système de gestion des mineurs en vigueur dans la première moitié du XXe siècle, en utilisant comme source les archives du Service Social pour Mineurs de la ville de São Paulo. À partir des trajectoires des filles internées dans le réseau des institutions du SSM, il a été possible d'observer comment fonctionnaient les discours qui les concernaient, afin de les convertir en catégories de “défavorisées”, “perverties” ou “anormales”. À cela s'ajoute, outre un parcours institutionnel irrégulier, le sort inéluctable du travail domestique au sein des familles aisées. À travers les parcours de ces jeunes femmes, également marqués par des manifestations de résistance et diverses insurrections, nous réfléchissons sur la position stratégique occupée par la gestion et l'exploitation de l'enfance pauvre dans le projet qui a prolongé et réinventé l'héritage de l'esclavage dans le pays, et son conséquences sur l’ensemble du tissu social, jusqu’à présent.
Téléchargements
Références
ADORNO, Sérgio. A gestão filantrópica da pobreza urbana. São Paulo em Perspectiva, v. 4, n. 2, p. 8-17, 1990.
ALVAREZ, Marcos César. A Emergência do Código de Menores de 1927: uma análise do discurso jurídico e institucional da assistência e proteção aos menores. Dissertação (Mestrado em Sociologia), Universidade de São Paulo - USP, São Paulo, 1989.
AREND, Sílvia Maria Fávero. Histórias de Abandono: infância e justiça no Brasil (Década de 1930). Florianópolis: Editora Mulheres, 2011.
AZEVEDO, Célia M. Marinho; CAMPOS, Maria Malta; MARQUES, Ana Cláudia. Institucionalizando o Desamparo. In. CARMEN, Barroso (org.) Gravidez na Adolescência. Brasília: Iplan/Ipea, Unicef, Fundação Carlos Chagas. Série Instrumentos para a ação, n.6, 1983, p. 95-115.
AZEVEDO, Gislane Campos. A tutela e o contrato de soldada: a reinvenção do trabalho compulsório infantil. História Social, Revista da Pós-graduação em História IFCH, Unicamp, n. 3, p.11-36, 1996. DOI: https://doi.org/10.53000/hs.n3.85
BASTOS, Ana Cristina do Canto Lopes; KUHLMANN JR., Moysés. Órfãos tutelados nas malhas do judiciário (Bragança-SP, 1871-1900). Cadernos de Pesquisa, v. 39, n. 136, p. 41-68, jan./abr. 2009. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-15742009000100004
BERNAL, Elaine Marina Bueno. Arquivos do Abandono: experiências de crianças e adolescentes internados em instituições do Serviço Social de Menores de São Paulo, 1938-1960. São Paulo: Cortez, 2004.
CARDOZO, José Carlos da Silva et al. História das Crianças no Brasil Meridional. São Leopoldo: Oikos; Editora Unisinos, 2016.
CARDOZO, José Carlos da Silva. As crianças no Juízo dos Órfãos de Porto Alegre. In: CARDOZO, José Carlos da Silva et al. História das Crianças no Brasil Meridional. São Leopoldo: Oikos; Editora Unisinos, 2016a, p.194-233.
DANTAS, Luísa Maria Silva. O tempo da infância: narrativas de trabalhadoras domésticas. In: SPERANZA, Clarice Gontarski; SCHEER, Micaele (Orgs.). Trabalho, democracia e direitos: volume 1- trabalho livre e escravizado. Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2019. p. 409-416.
ESTEVES, Martha de Abreu. Meninas Perdidas. Os populares e o cotidiano do amor no Rio de Janeiro da Belle Époque. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.
FONSECA, Sérgio C.; NARITA, Felipe Ziotti. Os institutos disciplinares, a legislação sobre menoridade e a formação de setores estatais especializados em assistência a menores em São Paulo (1900-1935). Projeto História, São Paulo, v. 66, p. 290-322, Set.-Dez., 2019. DOI: https://doi.org/10.23925/2176-2767.2019v66p290-322
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Nascimento da Prisão; Petrópolis: Editora Vozes, 1997.
FOUCAULT, Michel. A vida dos homens infames; Ditos e Escritos. vol. IV. Rio de Janeiro: Editora Forense Universitária, 2003.
GORTAZAR, Naiara Galagarra. Caso de Madalena, escrava desde os oito anos, expõe legado vivo da escravidão no Brasil, El Pais, 2021. Disponível em :
https://brasil.elpais.com/autor/naiara-galarraga-gortazar/#?rel=author_top Acesso em 10 set 2023.
LOPES, Ana Cristina do Canto. Menores desvalidos nas malhas do judiciário (1889-1927). São Paulo, Dialética, 2022. DOI: https://doi.org/10.48021/978-65-252-4203-3
MOURA, Clóvis. Dialética Radical do Brasil Negro. 3ª edição. São Paulo: Anita Garibaldi, 2021.
QUIJANO, Anibal, “Colonialidade e poder de classificação”. In: SANTOS, Boaventura de Souza e MENESES, Ana Paula. Epistemologias do Sul. Coimbra: Almedina editora, 2009.
RIZZINI, Irene; PILOTTI, Francisco (orgs.). A arte de governar crianças: a história das políticas sociais e da assistência à infância no Brasil. São Paulo: Cortez, 2009.
SANTOS, Marco Antonio Cabral dos. Criança e Criminalidade no início do século XX. In: PRIORE, Mary del (org.). História das Crianças no Brasil. São Paulo: Contexto, 2013, pp. 210-230.
SOARES, Aline Mendes. A trajetória das leis de amparo à infância trabalhadora no pós-abolição no Rio de Janeiro: um caminho de lutas, conflitos e negociações (1889-1930). In: SPERANZA, Clarice Gontarski; SCHEER, Micaele (Orgs.). Trabalho, democracia e direitos: volume 1- trabalho livre e escravizado. Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2019. p. 469-496.
VIANNA, Adriana de Resende B. O mal que se adivinha: polícia e menoridade no Rio de Janeiro, 1910-1920. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1999.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Alessandra Teixeira, Fernando Salla 2024
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution 4.0 International.
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Revista Brasileira de História & Ciências Sociais implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Revista Brasileira de História & Ciências Sociais como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.