Entre o “melhoramento reclamado pela ciência” e os “sentimentos religiosos da população”
Os embates em torno da higienização das práticas funerárias na cidade de Vitória-Espírito Santo (1880-1912)
DOI :
https://doi.org/10.14295/rbhcs.v14i28.13671Mots-clés :
Death, Medicine, Urbanization, ModernityRésumé
Este artigo analisa jornais, relatórios de presidente de província e de estado, bem como os documentos da Inspetoria de Higiene do Espírito Santo no final do século XIX e início do XX com o objetivo de entender as transformações do sentido da morte e do morrer ocorridos na capital capixaba durante o período em tela. O ‘atraso’ da remoção dos cemitérios da região central da cidade chama a atenção, pois ao contrário de outras capitais brasileiras, a construção de um campo santo extramuros em Vitória apenas pôde se concretizar na segunda década do século XX. À luz desse desfecho extemporâneo, o artigo sustenta que, diante do embate entre a visão católica e os ditames modernos sobre a morte, prevaleceram os interesses de parcela da elite agroexportadora local. Esta não apenas influenciou o envio de verbas às obras de infraestrutura de seu interesse, como postergou a construção de um novo cemitério, sobrepondo seus interesses econômicos de curto prazo aos benefícios da saúde coletiva da população capixaba.
Palavras-chave: Morte, Medicina, Urbanização, Modernidade.
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