“Como da família": Meninas pobres e racializadas no trabalho doméstico e a reinvenção da escravidão no curso do século XX

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/rbhcs.v15i31.16009

Palavras-chave:

Trabalho doméstico, Criança e adolescente, racismo

Resumo

Este artigo tematiza as práticas de sujeição impostas às crianças pobres e racializadas pelo sistema de gestão da menoridade operante na primeira metade do século XX, utilizando como fonte os registros nos prontuários do Serviço Social de Menores da cidade de São Paulo. A partir das trajetórias de meninas internadas na rede de instituições do SSM, foi possível observar como operavam os discursos que sobre elas incidiam, a fim de convertê-las nas manejáveis categorias “desvalidas”, “pervertidas” ou “anormais”, e impor-lhes, além de um errático percurso institucional, o incontornável destino do trabalho doméstico nas casas de famílias abastadas. Através dos trajetos dessas jovens, marcados também por demonstrações de resistência e insurgências diversas, refletimos acerca da posição estratégica ocupada pela gestão e exploração da infância pobre no projeto que prolongou e reinventou o legado da escravização no país, e seus desdobramentos em todo o tecido social, até o presente.

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Biografia do Autor

Alessandra Teixeira, Universidade Federal do ABC - UFABC

Doutora e Mestra em Sociologia (USP). Professora Adjunta da Universidade Federal do ABC (UFABC). Bolsista Produtividade CNPq (PQ2)

Fernando Salla, Nucleo de Estudos da Violência - Universidade de São Paulo (NEV/USP)

Doutor e Mestre em Sociologia (USP). Pesquisador sênior do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV/USP).

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Publicado

2024-06-26

Como Citar

Teixeira, A., & Salla, F. (2024). “Como da família": Meninas pobres e racializadas no trabalho doméstico e a reinvenção da escravidão no curso do século XX . Revista Brasileira De História & Ciências Sociais, 15(31), 177–208. https://doi.org/10.14295/rbhcs.v15i31.16009