VIOLAÇÃO AO DIREITO À EDUCAÇÃO
inclusão escolar e demandas educacionais especializadas de crianças e adolescentes migrantes venezuelanos
DOI:
https://doi.org/10.14295/momento.v32i03.15962Palavras-chave:
Crianças e adolescentes, Direitos Humanos, Educação Escolar, Indígenas, Migração VenezuelanaResumo
Este artigo trata da educação de migrantes venezuelanos no Brasil. Tem por objetivo geral analisar quais as demandas educacionais especializadas das crianças e dos adolescentes migrantes venezuelanos, no processo de inclusão no sistema educacional brasileiro. Quanto aos objetivos específicos, são estes: contextualizar a migração venezuelana para o Brasil; apresentar a inclusão escolar de crianças e adolescentes migrantes venezuelanos, no Brasil; e analisar as demandas educacionais especializadas de crianças e adolescentes migrantes venezuelanos, no sistema educacional brasileiro. O problema de pesquisa formulado foi o seguinte: considerando o fluxo venezuelano para o Brasil, bem como a garantia do direito universal à educação, quais as demandas educacionais especializadas de crianças e adolescentes migrantes venezuelanos, no processo de inclusão no sistema educacional brasileiro? Partiu-se da hipótese de que as peculiaridades da conformação do fluxo migratório venezuelano – o qual contempla povos originários de variadas etnias, como Warao, Pemon, Eñepá, Kariña e Wayuú – demandam ações escolares especializadas, mediante práticas pedagógicas diferenciadas, as quais respeitem suas culturas e modos de vida, e promovam uma educação intercultural. Foram utilizados o método de abordagem dedutivo, o método de procedimento monográfico e as técnicas de pesquisa bibliográfica e documental. Os resultados revelaram que a educação, no Brasil, tem desconsiderado as necessidades educacionais especializadas das crianças e dos adolescentes migrantes venezuelanos, pertencentes às comunidades indígenas.
Downloads
Referências
ACNUR. Indígenas venezuelanos no Brasil já somam mais de 7 mil pessoas, sendo 819 reconhecidas como refugiados. 19/4/2022. Disponível em: https://www.acnur.org/portugues/
/04/19/indigenas-venezuelanos-no-brasil-ja-somam-mais-de-7-mil-pessoas-sendo-819-reconhecidas-como-refugiados/. Acesso em: 29 mar. 2023.
ACNUR. Painel de Perfil Populacional Indígena. Última atualização: julho 2023. 2023b. Disponível em: https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiMjlmNzdiODctYjMwZC00NjkzLW
I0YzctY2VmZDdjYzJmMDQxIiwidCI6ImU1YzM3OTgxLTY2NjQtNDEzNC04YTBjLTY1NDNkMmFmODBiZSIsImMiOjh9. Acesso em: 8 ago. 2023.
ACNUR. Perfil dos Abrigos em Roraima. Última atualização 2 de agosto de 2023. 2023a. Disponível em: https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiZTRhOWVlOTgtYTk2MS00
YmY3LWEyY2YtMGM1Y2MzODFjMmVjIiwidCI6ImU1YzM3OTgxLTY2NjQtNDEzNC04YTBjLTY1NDNkMmFmODBiZSIsImMiOjh9. Acesso em: 8 ago. 2023.
ACNUR. Vozes das pessoas refugiadas no Brasil: diagnósticos participativos do ACNUR 2020. Publicado em: junho de 2021. Disponível em: https://www.acnur.org/portugues/wp-content/uploads/2021/06/ACNUR-Relatorio-Vozes-das-Pessoas-Refugiadas-reduzido.pdf Acesso em: 12 ago. 2023.
ACNUR; OIM. Estratégia de Interiorização. Dados atualizados até julho de 2023. Disponível em: http://aplicacoes.mds.gov.br/snas/painel-interiorizacao/. Acesso em: 8 ago. 2023.
AZEVEDO, Rômulo Sousa de; AMARAL, Cláudia Tavares do. Educação para além da matrícula: crianças migrantes, refugiadas, e a Resolução nº 1/2020. Revista Teias, Rio de Janeiro, v. 23, n. 69, p. 134-146, abr./jun. 2022.
BAENINGER, Rosana; DEMÉTRIO, Natália Belmonte; DOMENICONI, Jóice de Oliveira Santos. Migrações dirigidas: estado e migrações venezuelanas no Brasil. Revista Latinoamericana de Población, Rio de Janeiro, v. 16, n. 30, p. 65-93. 2022. DOI: https://doi.org/10.31406/relap2022.v16.e202113
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov
.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em: 9 ago. 2023.
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da Educação Básica 2022: notas estatísticas. Brasília, DF: Inep, 2023.
BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1990. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069compilado.htm. Acesso em: 9 ago. 2023.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República, 1996. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394compilado.htm. Acesso em: 11 ago. 2023.
BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2014. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm. Acesso em: 11 ago. 2023.
BRASIL. Lei nº 13.445, de 24 de maio de 2017. Institui a Lei de Migração. Brasília, DF: Presidência da República, 2017. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ DOI: https://doi.org/10.22420/rde.v11i20.773
_ato2015-2018/2017/lei/l13445.htm. Acesso em: 9 ago. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução nº 1, de 13 de novembro de 2020. Dispõe sobre o direito de matrícula de crianças e adolescentes migrantes, refugiados, apátridas e solicitantes de refúgio no sistema público de ensino brasileiro. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-1-de-13-de-novembro-de-2020-288317152. Acesso em: 11 ago. 2023.
COLLINS, Patricia Hill; BILGE, Sirma. Interseccionalidade. Traduzido por Rane Souza. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2020.
ESPMU; ACNUR. Percursos, percalços e perspectivas: a jornada do projeto Atuação em Rede: capacitação dos atores envolvidos no acolhimento, na integração e na interiorização de refugiados e migrantes no Brasil. Brasília: ESPMU, ACNUR, 2020.
HORA, Tamara Cabral da. Políticas públicas educacionais na infância: um olhar para a questão das crianças refugiadas em Nova Iguaçu. 2023. 134 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica/Nova Iguaçu, 2023.
JAROCHINSKI-SILVA, João Carlos; BAENINGER, Rosana. O êxodo venezuelano como fenômeno da migração Sul-Sul. REMHU – Revista Interdiscip. Mobil. Hum., Brasília, v. 29, n. 63, p. 123-139, dez. 2021. DOI: https://doi.org/10.1590/1980-85852503880006308
MARTINO, Andressa Alves; MOREIRA, Julia Bertino. A política migratória brasileira para venezuelanos: do “rótulo” da autorização de residência temporária ao do refúgio (2017-2019). REMHU – Rev. Interdiscip. Mobil. Hum., Brasília, v. 28, n. 60, p. 151-166, dez. 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/1980-85852503880006009
MILESI, Rosita; COURY, Paula; ROVERY, Julia. Migração Venezuelana ao Brasil: discurso político e xenofobia no contexto atual. Aedos, Porto Alegre, v. 10, n. 22, p. 53-70, ago. 2018.
OLIVEIRA, Tadeu; TONHATI, Tânia. Mulheres, crianças e jovens na migração internacional no Brasil. In: CAVALCANTI, Leonardo; OLIVEIRA, Tadeu de; SILVA, Bianca G (Org.). Relatório Anual OBMigra 2022. Série Migrações. Observatório das Migrações Internacionais; Ministério da Justiça e Segurança Pública/ Conselho Nacional de Imigração Laboral. Brasília, DF: OBMigra, 2022. p. 8-35.
RIBAS, Claudia Vargas. La migración en Venezuela como dimensión de la crisis. Pensamiento Proprio, Buenos Aires, v. 47, n. 23, p. 91-128, jan./jun. 2018.
R4V. Key figures. 2023b. 24 de julho de 2023. 2023b. Disponível em: https://www.
r4v.info/pt/brazil. Acesso em: 8 ago. 2023.
R4V. Refugees and migrants from Venezuela. 11 de junho de 2023. 2023a. Disponível em: https://www.r4v.info/en/refugeeandmigrants. Acesso em: 5 ago. 2023.
SILVA, João Lucas Zanoni da. A imigração venezuelana para o Brasil: do ingresso em Pacaraima – RR ao início da interiorização em Dourados – MS. 2020. 244 f. Dissertação (Mestrado em Fronteiras e Direitos Humanos) – Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, 2020.
SILVA, Noé Cardoso; SCARAMUZZA, Genivaldo Frois. “É complicado, eles são muito fechados”: docência e cultura indígena na escola. Rev. FAEEBA – Ed. e Contemp., Salvador, v. 31, n. 67, p. 113-126, jul./set. 2022. DOI: https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2022.v31.n67.p113-126
SIMÕES, Gustavo da Frota. Venezuelanos em Roraima: características e perfis da migração venezuelana para o Brasil. In: CIERCO, Teresa (Org.). Fluxos migratórios e refugiados na atualidade. Rio de Janeiro: Fundação Konrad Adenauer Stiftung, 2017. p. 45-56.
SOUZA, Patrícia Verônica de Carvalho Sobral de; ALFAYA, Natalia Maria Ventura da Silva. A crise migratória dos refugiados venezuelanos no Brasil e a garantia dos direitos humanos: possibilidades criadas pelas novas tecnologias. Confluências, Niterói, v. 24, n. 2, p. 210-229, maio/ago. 2022. DOI: https://doi.org/10.22409/conflu.v24i2.54645
UNHCR. Venezuela situation. Janeiro/2023. Disponível em: https://www.unhcr.org/
venezuela-emergency.html. Acesso em: 5 ago. 2023.
UNICEF; CIR. Plano de vida dos povos indígenas originários da Venezuela – Warao, E’ñepa e Ka’riña no Brasil. Publicado em: julho de 2023. Disponível em: https://www.
unicef.org/brazil/media/25416/file/plano-de-vida-dos-povos-indigenas-originarios-da-venezuela-no-brasil.pdf. Acesso em: 12 ago. 2023.
VINHA, Luís Gustavo do Amaral; YAMAGUCHI, Isabela Harumi Oshiro. Migrações e educação: a inserção educacional dos migrantes e refugiados no Brasil. In: CAVALCANTI, Leonardo; OLIVEIRA, Tadeu de; SILVA, Bianca G (Org.). Relatório Anual 2021 – 2011-2022: uma década de desafios para a imigração e o refúgio no Brasil. Série Migrações. Observatório das Migrações Internacionais; Ministério da Justiça e Segurança Pública/ Conselho Nacional de Imigração Laboral. Brasília, DF: OBMigra, 2021. p. 255-290.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Momento - Diálogos em Educação
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
À Revista Momento − Diálogos em Educação, ficam reservados os direitos autorais, de todos os artigos nela publicados.