O papel idealizado do bombeiro: e o ser humano por trás da farda?

Abstract

Socialmente, a palavra bombeiro apresenta uma conotação de heroísmo e salvação. Este artigo teve o objetivo de perceber como o bombeiro concilia sua profissão com a vida pessoal e social, transitando entre o ser humano e o papel de herói. A pesquisa foi realizada com bombeiros militares que atuam na rede de segurança pública de uma cidade do extremo oeste de Santa Catarina. Participaram da pesquisa quatro bombeiros do gênero masculino, com idade de 28 a 32 anos e experiência profissional entre seis e oito anos. A seleção dos participantes ocorreu por meio de conveniência, tendo como único pré-requisito atuação na área há no mínimo cinco anos. Metodologicamente, foi utilizada a pesquisa qualitativa com análise de conteúdo, tendo como instrumento para coleta de dados entrevistas semiestruturadas, elaboradas a partir dos interesses de investigação, bem como a partir da leitura do referencial teórico. Da análise dos relatos dos participantes surgiram seis categorias, quatro a priori e duas a posteriori, em que se destacam questões relativas à escolha profissional, ao relacionamento familiar e ao atendimento psicológico. Percebe-se que há a necessidade da criação de uma barreira para a realização do trabalho, como mecanismo de defesa. Entretanto, por esta barreira não ser totalmente desconstruída, acaba por interferir nas relações familiares e sociais. Portanto, faz-se necessária maior atenção para com esses profissionais, proporcionando-lhes suporte psicológico, devido à carga emocional com a qual convivem diariamente.