Esteroides anabolizantes androgênicos: conscientização sobre uso indiscriminado, utilização na terapêutica e relação risco-benefício
DOI:
https://doi.org/10.14295/vittalle.v33i3.12726Palabras clave:
Esteroides anabolizantes androgênicos, terapêutica, efeitos colateraisResumen
Os Esteroides Anabolizantes Androgênicos (EAA), derivados do hormônio testosterona, apresentam importantes efeitos positivos na terapêutica. Contudo, os efeitos deletérios advindos do uso indiscriminado são atualmente agravado pelo apelo da perfeição estética que tais substâncias supostamente traz, além de, um alto rendimento em esportes e atividades como a musculação, fazendo com que a população em geral negligencie seus riscos que podem gerar sérios agravos de saúde, inclusive óbito. Neste contexto, esta revisão traz uma análise de estudos disponíveis em diferentes bases de dados, que abordam quando e em que condições o uso seguro de EAA é aconselhado na prática médica, pesando-se à relação risco-benefício. Observamos nesta revisão que, quando utilizados em doses terapêuticas e com monitoramento por profissionais de saúde, além de serem úteis no tratamento de distúrbios de puberdade, os EAA também podem ser benéficos durante o tratamento de diversas patologias, incluindo distrofia muscular, sarcopenia, falência da medula óssea, mielofibrose e doença renal crônica, bem como é relatado que eles podem auxiliar na recuperação funcional de pacientes que necessitam de ventilação mecânica ou com permanência prolongada em unidades de terapia intensiva e períodos pós operatório. Por outro lado, o uso de EAA sem acompanhamento/prescrição e indiscriminado pode causar desde sintomas agudos, tais como: euforia, irritabilidade, hiperatividade, tensão nervosa e psicose; até a consequências mais graves associadas a exposições prolongadas e crônicas, incluindo: danos no sistema cardiovascular, hipertensão, hipertrofia no ventrículo esquerdo, arritmias, trombose e pressão diastólica alterada, nestes casos, elevando o risco de morte. Diante disto, são necessárias políticas públicas de saúde para promoção de uma maior conscientização por parte de profissionais de saúde e população em geral (principalmente praticantes de musculação), instituindo práticas que permitam o entendimento do contexto no qual esta classe terapêutica é apropriada, desde que sérios riscos à saúde associados ao uso indiscriminado destes disruptores endócrinos é relacionado à consideráveis taxas de morbidade e mortalidade.