Temporalidades e deslocamentos na inclusão de sujeitos com cegueira em uma escola visuocentrada
DOI:
https://doi.org/10.14295/momento.v29i1.9262Palavras-chave:
Inclusão, Cegos, VisuocentralidadeResumo
A inclusão de pessoas com deficiência na escola regular vem se consolidando no Brasil contemporâneo, trazendo consigo mudanças significativas no cotidiano escolar. O objetivo deste artigo é problematizar – especificamente no campo de jovens com cegueira – esta inclusão, interrogando as formas como tem ocorrido, com quais objetivos e conexões, tentando compreender as diferentes subjetividades a que este grupo social é submetido. Isto não significa, entretanto, se opor à inclusão, mas situá-la dentro de um contexto de relações de poder e produções discursivas, de forma que nos permita perceber seus efeitos sobre a constituição dos sujeitos. A interpretação destes elementos leva a considerar que as políticas públicas atuais podem estar conduzindo os sujeitos a uma condição de autorregulação, normalização e competição, principalmente ao se vincular a preceitos visuocentrados.Downloads
Referências
BALL, Stephan. J. Diretrizes políticas globais e relações políticas locais em educação. Currículo sem Fronteiras, v.1, n.2, pp.99-116, jul/dez, 2001
BAUMAN, Zygmunt. Identidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005, 110p.
BOURDIEU, Pierre e PASSERON, Jean-Claude. La reproducción: elementos para una teoría del sistema de enseñanza. México, D.F.: Fontamara, 1996
BOURDIEU, Pierre. La educación como violencia simbolica: el arbitrario cultural, la reproducción cultural y la reproducción social. In: Las dimensiones sociales de la educación. DE IBARROLA, María. México: Biblioteca Pedagógica Ediciones SEP/Caballito, 1985, p. 141-148.
____________. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Ed. Bertrand Brasil, 1989.
____________. Escritos de educação. In: Escritos de educação. 9ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
BRASIL. Lei n° 10.172, de 09 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. 2001.
BRASIL. Minuta do Decreto de Regulamentação da Lei do Livro, Lei nº 10.753, de 31 de outubro de 2003. Regulamenta a lei que institui a Política Nacional do Livro.
COSTA, Sylvio de Sousa Gadelha. Governamentalidade neoliberal, teoria do capital humano e empreendedorismo. Educação & Realidade, v. 34, n. 2, p. 171-186, 2009.
FARIAS, Iara R. e BOTELHO, Amanda R. Práticas pedagógicas inclusivas: consciência fonológica e sistema braille: reflexões sobre o tratamento da ortografia. In: DÍAZ, F. et al., (orgs.) Educação inclusiva, deficiência e contexto social: questões contemporâneas [online]. Salvador: EDUFBA, 2009, pp. 117-136.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Ed. Vozes, 1999
__________. Os Anormais: curso no Collège de France (1974 – 1975). São Paulo: Martins Fontes, 2001
__________. Segurança, território, população: curso no Collège de France (1977 – 1978). São Paulo: Martins Fontes, 2008
_________. Do governo dos vivos: curso no Collège de France (1979-1980). Tradução de Nildo Avelino. São Paulo: Centro de Cultura Social, 2009
GOFFMAN, Erving. Estigma. 4ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 1988.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2011, 11ª ed, 102p.
HARVEY, D. The condition of post-modernity. Oxford: Oxford Universisty Press, 1989
MEC/SEF/SEESP. Parâmetros curriculares nacionais: adaptações curriculares. Brasília, 1998, 62p;
MONTEIRO, Alexandrina e MENDES RODRIGUES, Jackeline. Prácticas sociales y organización curricular: cuestiones y desafíos. Revista Educación y Pedagogía, vol. 23, nº 59, enero-abril, 2011, p. 37-46
OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento um processo sócio-histórico. 4ª Ed. Série Pensamento e Ação no Magistério, Mestres da Educação. São Paulo: Scipione, 2005.
PETERS, Michael. Governamentalidade neoliberal e educação. In: O sujeito da educação: estudos foucaultianos. SILVA, T.T. (org.) Petrópolis: Vozes, p. 211-224, 1994
RAMOS DO Ó, Jorge. A governamentalidade e a história da escola moderna: outras conexões investigativas. Educação & Realidade, 34(2) 97-117, mai/ago 2009
SILVA, Tomaz T. (org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis, RJ: Ed Vozes, 2012, 11ª ed., 133 p.
SKLIAR, Carlos. Pedagogia (Improvável) da Diferença e se o Outro não Estivesse aí?. DP & A, 2003.
__________. Uma perspectiva sócio-histórica sobre a psicologia e a educação dos surdos. In: Educação e exclusão: abordagens socioantropológicas em educação especial. SKLIAR, Carlos (org.). Porto Alegre: Mediação, 2013, p. 97-140.
SMOLKA, Ana L. B. Internalização: seu significado na dinâmica dialógica. In: Educação & Sociedade, nº 42. Campinas, Papirus, 1992.
__________. O (im)próprio e o (im)pertinente na apropriação das práticas sociais. Cadernos Cedes, ano XX, nº 50, abril/2000
VEIGA-NETO, Alfredo. Currículo: um desvio à direita ou delírios avaliatórios. Texto apresentado e discutido no X Colóquio sobre questões curriculares e VI Colóquio luso-brasileiro de currículo. Belo Horizonte: UFMG, 04/09/2012
______________; LOPES, Maura C. Inclusão e governamentalidade. Educ. Soc., Campinas, v. 28, n. 100, p. 947-963, Out. 2007. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302007000300015&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 12 de julho de 2019.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
À Revista Momento − Diálogos em Educação, ficam reservados os direitos autorais, de todos os artigos nela publicados.