A turma não leu o texto: reflexões a partir da educação popular e da sociologia da leitura na universidade
DOI:
https://doi.org/10.14295/momento.v24i2.5509Palavras-chave:
Universidade, Leitura, Educação Popular, Sociologia da Leitura.Resumo
Este texto reflete o trabalho com leitura na formação universitária, partindo de um contexto concreto de uma nova instituição pública federal no Rio Grande do Sul. O principal objeto é problematizar os limites e as possibilidades do adequado acompanhamento das leituras em cursos de licenciatura noturnos, nos quais a maioria dos estudantes são trabalhadores durante o dia. A partir do referencial freireano e da sociologia da leitura, a experiência em sala de aula com as primeiras turmas da nova universidade indica desafios permanentes de reinvenção do trabalho didático. Realizar as leituras sugeridas nos planos de ensino não é apenas um ato individual e técnico, mas, sobretudo, insere-se em uma complexa teia de relações objetivas e subjetivas que sinalizam para um debate mais profundo sobre a construção de saberes acadêmicos. Assim, o ato de ler e entender textos universitários é tarefa a ser construída mediante o conhecimento da realidade que conforma o perfil dos estudantes.Downloads
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