REDES DE MULHERES NEGRAS

vozes negras plurais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/momento.v32i02.15677

Palavras-chave:

Políticas Públicas. Política Racial. Direito à igualdade. Igualdade entre raças. Igualdade entre gêneros.

Resumo

A América Latina ainda apresenta cenários sociais, políticos e econômicos que evidenciam as persistentes discriminações raciais e de gênero enfrentadas pelas mulheres em geral, e, de forma mais específica, pelas mulheres negras. Diante dessa realidade, o presente artigo dedica-se a discorrer sobre as políticas nacionais que emergiram do ativismo transnacional do Movimento Negro e do Movimento de Mulheres Negras. Tal abordagem justifica-se pela sua capacidade de entrelaçar os elementos do passado, presente e futuro, ao mesmo tempo em que reflete sobre os movimentos das mulheres negras e suas múltiplas contribuições. Essas contribuições abrangem o âmbito do pensamento, formulação de políticas, práticas antirracistas transformadoras, produção acadêmica e a história das mulheres negras no Brasil. O período de análise compreende os anos de 1980 a 2015 e sustenta-se em análises documentais de eventos significativos, incluindo a Convenção Nacional do Negro pela Constituinte (CNC, 1986), o I Encontro Nacional de Mulheres Negras (ENMN, 1988), o I Encontro Nacional de Entidades Negras (ENEN, 1991) e a Marcha Nacional das Mulheres Negras contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver (2015). Destacamos, especialmente, as trajetórias de Almerinda Gama, Lélia Gonzalez e Luiza Bairros, intelectuais e ativistas que ampliaram significativamente os horizontes do movimento feminista negro.

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Biografia do Autor

Lucineia Chrispim Pinho Micaela, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Campinas - PPGE/UNICAMP. É bolsista CNPq. Cursou Ciências Econômicas. Concluiu Mestrado em Administração e especialização em História e Cultura Africana. Ativista no Coletivo de Mulheres Negras Tereza de Benguela e no Movimento Negro Unificado. 

Elisabete Figueroa dos Santos, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Psicóloga, mestre e doutora em Psicologia pela Universidade Federal de São Carlos - UFSCar. É docente do Departamento de Psicologia Educacional (DEPE) e do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). É vice-coordenadora do grupo de estudos e pesquisas “Diferenças e Subjetividades em Educação” (DIS/UNICAMP). 

Nima Imaculada Spigolon, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Professora na Faculdade de Educação da UNICAMP, credenciada na Pós-Graduação, nos programas acadêmico e profissional. Cursou licenciatura em Pedagogia e bacharelado em Administração. Concluiu o Mestrado em Educação e o Doutorado em Ciências Sociais na Educação, ambos no Programa de Pós-Graduação da FE/UNICAMP, e realizou o Pós-doutorado em História da Educação na FACED/UFU.

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Publicado

2023-09-22

Como Citar

Chrispim Pinho Micaela, L. ., Figueroa dos Santos, E., & Spigolon, N. I. . (2023). REDES DE MULHERES NEGRAS: vozes negras plurais. Momento - Diálogos Em Educação, 32(02), 71–88. https://doi.org/10.14295/momento.v32i02.15677