“EU TÔ TENTANDO SOBREVIVER NO INFERNO”
currículos, precariedades pandêmicas e resistências em educação musical
DOI:
https://doi.org/10.14295/momento.v30i02.13160Palavras-chave:
Currículos, Educação Musical, Cotidiano Escolar, PandemiaResumo
Desde março do ano de 2020 o Brasil vive a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), e se transformou em um dos países que mais sofrem com uma política que precariza as vidas da população, sobretudo de pessoas com deficiência, pobres, LGBT, negras/os, indígenas e outras tantas que são sumariamente ignoradas pela necropolítica, que dita quem pode viver e quem deve morrer. O ensino de música na Educação Básica no Brasil, na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), desconsidera a diversidade étnico-racial, de gênero, sexual, corporal e de classe, e com isso provoca um aniquilamento de saberes múltiplos que decorrem das mais diversas práticas musicais presentes no país. Ao levar em conta esse cenário de exclusão promovido pela BNCC e as violências às minorias sociais, este artigo objetiva problematizar currículos em educação musical e as precariedades provocadas pelo estado pandêmico. Pretendemos, a partir das vivências de uma de nós como professora de música no município de Sobral/CE, discutir como temos produzido currículos que, em aliança, resistem e enfrentam as formas precárias as quais nossos corpos são submetidos, currículos que proporcionam possibilidades das múltiplas corporeidades existirem, como nos mostra Felipe, aluno transexual masculino do nono ano do ensino fundamental. Lançamos essas palavras para pensar possibilidades curriculares a partir de nossa luta por uma educação musical justa, inclusiva e democrática.
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