A atualidade da categoria Diálogo em Freire em tempos de “Escola sem partido”
DOI:
https://doi.org/10.14295/remea.v0i0.6895Palavras-chave:
Escola Sem Partido, Diálogo, Freire, Pedagogia, Opressor/aResumo
O diálogo consiste numa categoria que perpassa a história do Pensamento na tradição ocidental. Houve, no entanto, momentos em que os diálogos foram utilizados para dominar. Em outros, para manipular ou persuadir. Em alguns casos esporádicos, para educar, aprender e libertar. Os diálogos não são estabelecidos num vazio. Sempre ocorrem a partir de um contexto. Também não são homogêneos, mas marcados pela pluralidade dos cenários de onde emanam e das ideologias que ali se estabelecem, e procuram dar sentido à vida dos sujeitos que fazem parte desses arranjos existenciais. Após a emergência do Movimento brasileiro “Escola Sem Partido” nos questionamos: existem condições necessárias para o estabelecimento do diálogo com essa prática que se apresenta antagônica em relação aos princípios da educação e sociedade libertária? Em que medida essa face da Pedagogia do Opressor necessita ser reconhecida, compreendida e enfrentada? Após 20 anos da morte de Freire, que inspirações a categoria diálogo como também a sua trajetória nos permitem no sentido de resistirmos e reaprendermos o Brasil da Escola sem Partido? Desse modo, este artigo, num primeiro momento, discorre sobre a importância do diálogo a partir de Freire; num segundo, apresenta a “Escola Sem Partido” como uma das expressões da Pedagogia do Opressor problematizando o papel político da educação e desmitificando a identidade dessa proposta, e uma suposta neutralidade da Educação.Downloads
Referências
BEAUVOIR, Simone de. A Cerimônia do Adeus. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.
BEAUVOIR, Simone de. Cartas a Nelson Algren - Um amor Transatlântico 1947-1964. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.
FANON, Frantz. Os Condenados da Terra. Juiz de Fora: Ed. UFJF, 2005.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 47. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
FREIRE, Paulo. Cartas a Cristina: reflexões sobre minha vida e minha práxis. Org. Ana Maria Araújo Freire. 2.ed. São Paulo: UNESP, 2003.
FREIRE Paulo; GADOTTI, Moacir; GUIMARÃES Sérgio. Pedagogia: diálogo e conflito. 6.ed. São Paulo: Cortez, 2001.
FREIRE Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 25.ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
FREIRE, Paulo. Política e Educação. São Paulo: Cortez, 1993.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 25.ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Editora UNESP, 2000.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 13. ed. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1984.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1983.
FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
FREIRE, Paulo. Educação como Prática da Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1971.
FRIGOTTO, Gaudêncio. “Escola sem partido”: imposição da mordaça aos educadores. Disponível em: < http://www.pagina13.org.br/educacao-2/escola-sem-partido-imposicao-da-mordaca-aos-educadores/> acessado em: 11/10/2016.
PACHECO, Juliana (Orgª). Mulher & Filosofia: as relações de gênero no pensamento filosófico. Porto Alegre: Editora Fi, 2015.
PENNA, Fenando de Araújo Penna. Programa “Escola Sem Partido”: Uma ameaça a Educação Emancipadora. In.: GABRIEL, Carmem Teresa; MONTEIRO, Ana Maria; MARTINS, Marcus Leonardo Bomfim (Orgs.). Narrativas do Rio de Janeiro nas aulas de História. Rio de Janeiro: Mauad X, 2016, p. 43-58.
PEREIRA, Vilmar Alves; DIAS, José Roberto de Lima; TELMO, Paula. Educação Popular e a Pedagogia da Contra Marcha: uma homenagem a Gomercindo Ghiggi. 1. ed. Passo Fundo: Méritos, 2013.
PROJETO DE LEI 867/2014. Rio de Janeiro. Disponível em: <http://mail.camara.rj.gov.br/APL/Legislativos/scpro1316.nsf/f6d54a9bf09ac233032579de006bfef6/5573ae961660b4cd83257ceb006bc7d4>. Acesso em: 23 outubro 2016.
PROJETO DE LEI 2974/2014. Rio de Janeiro. Disponível em: <http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/scpro1115.nsf/e4bb858a5b3d42e383256cee006ab66a/45741a7e2ccdc50a83257c980062a2c2.> Acesso em :23 Nov 2016.
ROSA, Graziela Rinaldi da. As Relações de Gênero na Filosofia. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2012.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A crítica da Razão Indolente: contra o desperdício da experiência. São Paulo: Cortez, 2001.
SOARES, Leôncio; GIOVANETTI, Maria Amélia; GOMES, Lima Lino (Org.) Diálogos na Educação de Jovens e Adultos. 2.ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
STRECK, Danilo Romeu; ESTEBAN, Maria Teresa (Orgs.). Educação Popular: Lugar de construção social coletiva. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
STRECK, Danilo Romeu.; REDIN, Euclides; ZITKOSKI, Jaime José (Org.). Dicionário Paulo Freire. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008.