O trem da vida e o metrô para a morte: arte e sonho interpelam sujeitos políticos em tempos pandêmicos<br>Le train de la vie et le métro pour la mort: l’art et le rêve interpellent les sujets politiques à l’époque de la pandémie
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Resumo
As narrativas oníricas e produções cinematográficas podem ser consideradas obras de arte que formulam questões que interpelam o apreciador da cultura e podem transportá-lo da posição de mero espectador para a de testemunha de seu tempo. Tendo essa afirmação como pressuposto, o objetivo do artigo é estabelecer aproximações entre a narrativa onírica intitulada “Um metrô para a morte” e o filme franco-romeno Trem da Vida, lançado em 1998. Para o desenvolvimento de nossa argumentação, apresentaremos a ação “Rodas de Conversa sobre Sonhos” vinculada a projeto de extensão universitária que inventou um espaço clínico político para que imaginários circulassem entre os participantes de um grupo. O ponto nodal da nossa argumentação é o fato corriqueiro do sujeito estabelecer associações entre uma narrativa onírica e uma produção cinematográfica. Nesse encadeamento de ideias foi possível traçar uma crítica à sociedade contemporânea que em seu modo de organização ainda repete ações que aprisionam subjetividades ao perpetuar o racismo, a desigualdade social e perpetrar a política da morte.
Résumé
Les récits oniriques et les œuvres cinématographiques peuvent être considérées comme des œuvres d’art suscitant des questions qui interpellent l’amateur de culture et qui ont le potentiel de le faire passer de la position de simple spectateur à celle de témoin de son époque. En prenant cette affirmation en tant que point de départ, l’objectif de l’article est d’établir des rapprochements entre le récit onirique intitulé « Un métro pour la mort » et le film franco-roumain Train de vie, sorti en 1998. Afin de développer notre argumentation, nous nous pencherons sur l’action « Cercle de Discussion sur les Rêves » réalisée dans le cadre d’un projet d’extension universitaire qui a conduit à l’invention d’un espace clinique et politique où les imaginaires pourraient circuler entre les participants du groupe. Le point central de notre argumentation repose sur le fait habituel par lequel le sujet établit des associations entre un récit onirique et une œuvre cinématographique. Cet enchainement d’idées a rendu possible une critique de la société contemporaine qui de par son mode d’organisation réplique encore des actions qui emprisonnent les subjectivités en perpétuant le racisme, les inégalités sociales et la politique de la mort.
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