Tolerância e conflitos internacionais
DOI:
https://doi.org/10.14295/rcn.v6i1.17679Palavras-chave:
Tolerância, História das Relações Internacionais, ModernidadeResumo
O objetivo central deste artigo é analisar o papel desempenhado pela tolerância na constituição das instituições e práticas desenvolvidas no sistema de relações entre Estados a partir de 1648. A tolerância é um valor que, em grande medida, orientou a construção da nova ordem surgida do colapso da ordem medieval. A racionalidade do conceito de tolerância revelara-se coerente com as forças do iluminismo e, do mesmo modo que serviu de base para a pacificação dos conflitos religiosos serviu também para orientar o entendimento de princípios que poderiam fundamentar uma verdadeira sociedade de Estados. O artigo intenciona suscitar uma reflexão, ainda que indiretamente, sobre possibilidades e limites do valor da tolerância para o nosso mundo: será que neste valor ainda poderiam ser fixadas as práticas internacionais ante a deterioração do Direito Internacional, o declínio das instituições, o surgimento de novas dinâmicas globais e o acirramento de conflitos violentos como de Israel versus Hamas ou a guerra da Rússia para incorporar os territórios da Ucrânia?
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