Repercussão do decadentismo-simbolismo português em periódicos cariocas (1890-1892): primeiros resultados
Résumé
Apresentam-se neste texto as diretrizes e os primeiros resultados de projeto destinado a realizar levantamento, indexação, leitura e análise de resenhas, notícias e artigos publicados sobre o decadentismo-simbolismo em periódicos cariocas de 1890 a 1892, período em que se verificava, em Portugal, verdadeira floração de obras inovadoras: Oaristos, de Eugénio de Castro, e Azul, de António de Oliveira Soares, ambas de 1890; Horas, de Eugénio de Castro, Exame de consciência, de Oliveira Soares, Poesias, de Alberto d’Oliveira, Flor de pântano, de José de Lacerda, e Alma póstuma, de D. João de Castro, todas de 1891; e, finalmente, Livro de Aglaïs, de Júlio Brandão, Só, de António Nobre, Gouaches (estudos e fantasias), de João Barreira, Paraíso perdido, de Oliveira-Soares, Os simples, de Guerra Junqueiro, e Tristia, de Antero de Figueiredo, obras vindas à luz em 1892. Tal investigação adquire, no Brasil, interesse especial graças à hipótese de que a apreciação crítica de Missal e Broquéis (1893), de Cruz e Sousa, realizou-se à luz dos conceitos difundidos pelas obras decadentistas-simbolistas portuguesas e por sua recepção crítica. Neste artigo, avalia-se a repercussão dos livros citados em dois dos mais importantes jornais brasileiros do final do século XIX: Jornal do Comércio e Gazeta de Notícias.