Repensando a autoficção a partir da obra "E se eu fosse pura" (2018), de Amara Moira
Resumen
O presente trabalho propõe uma reflexão sobre as origens e os limites do conceito de autoficção, através da análise da obra contemporânea com traços autoficcionais E se eu fosse pura (2018), de Amara Moira. Em um primeiro momento, buscamos sintetizar o percurso histórico do gênero autoficcional, desde a delimitação do gênero autobiográfico feita pelo teórico francês Philippe Lejeune na década de 1970, passando pela criação do termo por Serge Doubrovsky, e chegando até a reinterpretação do conceito feita na contemporaneidade por Anna Faedrich (2014, 2015). Assim sendo, partimos da contribuição dessa pesquisadora, buscando confrontar a teoria com a leitura da obra de Moira, o que nos leva a problematizar a ideia de autoficção como subgênero do romance. Por fim, recuperamos as proposições de Paula Sibilia (2008) e Leonor Arfuch (2010) para compreender a autoficção como um fenômeno amplo de criação de subjetividades, do qual a obra de Amara Moira pode ser entendida como exemplo prototípico por excelência.