Construindo Memórias de Outros Lugares:
Heterotopia trans ou fábrica de travestis na ocupação TRANSmoras na Unicamp
Palavras-chave:
Heterotopia, Ocupações trans, Inclusão universitária, Transfeminismo, Transmutação TêxtilResumo
O artigo aborda desdobramentos de ocupações artísticas trans, focando no Ateliê TRANSmoras (ATM). O objetivo é explorar como esse espaço, criado por artistas trans, funciona como uma heterotopia, desafiando normas de gênero e criando formas de existência e produção cultural. O ATM surgiu em 2013 na Moradia Estudantil da Unicamp, inicialmente como uma ocupação popular, funcionando como espaço de acolhimento e moradia para pessoas trans e marginalizadas. Com o tempo, transformou-se em um coletivo artístico, promovendo a produção cultural e a geração de renda para suas integrantes. O artigo utiliza a teoria das heterotopias de Michel Foucault e faz uma síntese da história do Movimento de Travestis e Transexuais, traçando paralelos com a própria história do ATM. O coletivo enfrentou desafios institucionais, especialmente durante a pandemia, mas conseguiu estabelecer um diálogo com a Unicamp, promovendo contranarrativas e ganhando reconhecimento pelo impacto de seu trabalho. Hoje, o ATM colabora com a universidade em projetos de direitos humanos, pesquisa, extensão e permanência para pessoas trans.
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