Chamada de publicação

12-12-2022

V. 11 n.1 Jan/Jun 2023

Dossiê:
Violências e resistências na saúde, educação e mídias

A atualidade é marcada pelo imediatismo, mudanças e crises constantes que provocam violências estruturais e simbólicas, bem como resistências, emergência de novos movimentos sociais e resiliência de grupos vulnerabilizados e marginalizados, que estão em constante adaptação. O presente dossiê “Violências e resistências em saúde, educação e mídia” visa chamar a atenção e tornar visíveis as diferentes formas de violência que são geradas em múltiplas áreas e contextos, em vários países. No campo da saúde nos encontramos e enfrentamos um sistema hegemônico, que, com forte herança patriarcal, exerce violência desmedida sobre corporalidades, sobre as sexualidades e sobre as performatividades de gênero, dentre outros eixos, como o avanço sobre territórios tradicionais e o racismo ambiental, que afetam a saúde das comunidades. A educação é fundamental para o enfrentamento às múltiplas violências e ao futuro das novas gerações. Nos ambientes educativos escolares e não escolares encontramos histórias silenciadas ou transformadas que tentam nos fazer esquecer as ricas memórias históricas de povos subjugados e marginalizados. Uma história oficial dos grupos hegemônicos tende a invisibilizar outras narrativas. A educação surge como uma das ferramentas mais poderosas para combater o racismo, o sexismo, o machismo e educar as futuras gerações sobre tais práticas. É fundamentalmente uma aprendizagem baseada no respeito e na interculturalidade. A violência na mídia, muitas vezes se torna uma arma manipulada por grupos dominantes para formar opiniões e projetar discursos que moldam as relações étnico-raciais e de gênero. Constantemente são lançadas narrativas impregnadas de estigmas sociais dirigidas a grupos minoritários como sujeitos/as de direitos, carregadas de uma ideologia que propõe a branquitude e o branqueamento, o epistemicídio e o borramento de vozes plurais, como caminho a seguir e/ou violam corpos dissidentes e/ou grupos minoritários. Contudo, a mídia também pode se mostrar potente no enfrentamento às diversas formas de violências, ao reverberar vozes outrora reprimidas e possibilitar denúncias e ressignificações . Em suma, na articulação de campos epistemológicos transversais e amplos, este dossiê convoca à publicação de artigos que indaguem e visibilizem as violências estruturais, institucionais e simbólicas associadas ao gênero, sexualidades, corporalidades, racismo, diversidade, imposição de ideologias dominantes, estigmatização de comunidades, entre outras grandes questões.