A respeito da lenda no romance barba ensopada de sangue, de Daniel Galera
Palavras-chave:
lenda, literatura oral, literatura brasileira contemporânea, romance, Daniel GaleraResumo
O romance Barba ensopada de sangue (2012), do escritor gaúcho Daniel Galera (1979) tem como elemento de sustentação do enredo uma narrativa referida no próprio texto como uma lenda. O presente artigo tem por objetivo identificar no romance os “passos” dessa lenda, tomando como base teórica o estudo do gênero feito por Bertrand Bergeron (2013), o estudo sobre a lenda urbana e o fait-divers feito por Sylvie Dion (2011) e a relação entre lenda tradicional, lenda urbana e boato por Jean-Bruno Renard (2007). Ao final, pretende-se haver demonstrado a (im)possibilidade do emprego da lenda, cujo habitat é a oralidade, como um recurso da narrativa de ficção escrita.
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Referências
BERGERON, Bertrand. No reino da lenda. Trad. Sylvie Dion e Danieli de Quadros. In: HANCIAU, Nubia; DION, Sylvie (Org.). A literatura na história. A história na literatura: textos canadenses em tradução. Rio Grande: Ed. da
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DION, Sylvie. Do fait divers à lenda urbana: histórias de canibalismo involuntário. Trad. Kelley Baptista Duarte. In: GRÜNEWALD, Felipe et al. (Org.). Cartografias da voz – poesia oral e sonora: tradição e vanguarda. São Paulo: Letra e Voz; Curitiba: Fundação Araucária, 2011, p. 54-67.
GALERA, Daniel. Barba ensopada de sangue. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
RENARD, Jean-Bruno. Um gênero comunicacional: os boatos e as lendas urbanas. Trad. Eduardo P. Barros. Revista
Famecos, PUCRS, Porto Alegre, n. 32, p. 97-104, abr. 2007.